HYLDON
“Mãe, eu quero desmontar o rádio para ver quem está lá dentro”, disse o pequeno Hyldon para sua mãe com apenas sete anos, crente que encontraria os artistas que encantavam seus dias. Nascido em Salvador, o artista encontrou dentro de sua casa no Rio de Janeiro algumas das vozes que lhe encantavam no alto-falante da pequena Bonfim, no interior da Bahia. “Autodidata de ouvido” que nunca aprendeu notas musicais, foi responsável por dar vida a canções que ganharam multidões no Brasil, imaginando diferentes mundos através de suas músicas. Cantor, compositor, produtor e violonista, Hyldon abre algumas de suas lembranças na entrevista para “A Música De”. Um convite para rememorar partes de sua vida.
Escute Hyldon
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Na rua, na chuva, na fazenda (Casinha de Sapê), música que leva o nome de seu disco de 1975.
- Um Luau para você, parceria com Rappin Hood e DJ Camarão, faixa do álbum Soul Samba Rock, de 2020.
- Na rua, na chuva, na fazenda (Casinha de Sapê), música que leva o nome de seu disco de 1975.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA HYLDON
PARTE 1/5
Nesta primeira parte de sua entrevista para “A Música De”, Hyldon percorre sua infância e memória musical, além dos primeiros passos como músico no Rio de Janeiro. No alto-falante da cidade de Bonfim, na Bahia, o artista começou a ouvir os primeiros acordes que encantariam sua vida, como Luís Gonzaga e Jackson do Pandeiro, além da influência do frevo, Congado e das canções da Festa de Santo Reis. O artista relembra sua mudança com a mãe para o Rio de Janeiro, aos sete anos, onde teve seu primeiro contato com o rádio e estações como a Nacional e Mayrink Veiga. Durante este período, aprende a tocar violão com seu tio, entoando canções de Dorival Caymmi e Nelson Gonçalves. Depois, passa para a guitarra, incentivado pelo seu primo Pedrinho da Luz, do The Fevers. Também cria seu conjunto, Os Abelhas, que tocavam em bailes pela cidade de Niterói, além de ser o músico “reserva” do The Fevers. Por fim, destaca sua permanência no Rio de Janeiro após sua mãe retornar para a Bahia.
PARTE 2/5
Na segunda parte de sua entrevista, Hyldon recorda sua primeira gravação, aos 17 anos: Eu me enganei, que entrou em uma coletânea da CBS com diversos outros artistas, inclusive com músicas de Roberto Carlos. No mesmo período, começa a trabalhar com vários artistas, como Elizabeth, Wilson Simonal, Tony Tornado, Eliana Pittman e Tim Maia, do qual se tornou amigo. Também lembra sobre a participação no conjunto Os Selvagens, junto a Michael Sullivan. Foi neste período que se muda para o Solar da Fossa, um dos grandes espaços de efervescência cultural no Rio de Janeiro. Relembra da amizade com Ian Guest, que apresentou dois livros que influenciaram e ajudaram a aprofundar suas composições. O nome de um deles deu título para uma de suas mais célebres canções, As dores do mundo, composta enquanto caminhava pelas ruas da capital fluminense. Hyldon destaca como sua amizade com Paulo Diniz, Adelzon Alves e Dom Chacal (antigos moradores do Solar) lhe ajudaram em sua carreira.
PARTE 3/5
A vida como produtor é explorada por Hyldon na terceira parte da entrevista. O artista destaca as razões que o levaram para a produção de discos, pois seria uma das formas de gravar da maneira como imaginava. Produziu seus primeiros trabalhos pela Polydor, trabalhando nos discos de Jorge Mautner, Luiz Melodia, Wanderléa e Tim Maia. Neste meio tempo, seus amigos incentivaram a gravar um disco próprio – com torcida de Elis Regina para que isto acontecesse. Também recorda sobre suas viagens depois de gravar seus primeiros trabalhos, como a visita à Nova York. Por lá, assistiu shows de The Temptations e Marvin Gaye, além de ir à diversos festivais musicais, por intermédio da Polydor. Recorda dos shows em Los Angeles com Marcos Valle e Azymuth, no projeto “Jazz está morto”, e das participações no Rock in Rio, com Orelha Negra e Ana Cañas.
PARTE 4/5
PARTE 5/5
O passado e o futuro de Hyldon são tema na última parte de sua entrevista. O artista discorre sobre seus seis álbuns e dois singles independentes lançados, destacando seu desejo de que as pessoas conheçam mais de suas músicas. Também fala que gostaria de ser lembrado na história da música brasileira pelas suas composições, pois o que mais lhe dá satisfação é criar uma canção. Um pouco disto é articulado quando fala sobre a renovação de seu público, com pessoas interessadas em seus trabalhos, assim como nas regravações feitas por grandes nomes da música nacional, como Ivete Sangalo, Jorge Aragão, Nana Caymmi, Chrystian & Ralf, Kid Abelha. As parcerias aparecem em seu processo de composição recente, em trabalhos com Zeca Baleiro, Arnaldo Antunes, Céu e 509-E. Por fim, coloca em voga seus planos para o futuro e novos projetos, como a volta à Bonfim, sua cidade natal, e um livro de memórias.