FRED FALCÃO
Fred Falcão é o nome artístico de Frederico Guilherme do Rêgo Falcão, compositor, cantor, arranjador, instrumentista, um autodidata musical que domina diferentes instrumentos como o piano, o acordeom e o violão. Nascido em Recife (PE), em 24 de abril de 1937, mudou-se ainda criança com a família para o Rio de Janeiro e desde cedo demonstrou sua habilidade no campo musical. Começou a carreira artística na década de 1950 como pianista do grupo composto por Maurício Einhorn, Durval Ferreira e Luiz Marinho, que se apresentava no Rio de Janeiro, e tocou com nomes como João Donato, Luiz Eça, Baden Powell, Oscar Castro Neves, Bebeto Castilho, Eumir Deodato, entre outros. Nesta entrevista concedida ao A Música de, o artista conta sobre suas composições, sua trajetória artística e de que forma conciliou o trabalho na área da advocacia com o universo musical, demonstrando sua paixão pela música e compartilhando detalhes sobre como construiu sua carreira.
Escute Fred Falcão
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Namorada, parceria de Fred Falcão com Arnoldo Medeiros gravada por Antônio Marcos e Vanusa no ano de 1970, em um compacto simples pela RCA Victor
- Shirley Sexy, gravada por Marília Pêra para a trilha da novela O Cafona(1971), a música é uma parceria de Fred Falcão com Arnoldo Medeiros
- Alô Donato, composição de Fred Falcão gravada por Leny Andrade no disco Bossa Nova- Leny Andrade canta Fred Falcão(2018), lançado pela gravadora Biscoito Fino.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA FRED FALCÃO
PARTE 1/5
O cantor começa a entrevista lembrando que sua mãe foi uma das suas principais influências musicais, uma intelectual que recitava e falava várias línguas e o ensinou a tocar piano. Na primeira infância já cantava J Cascata e Leonel Azevedo e escutava a rádio MEC com clássicos de nomes como Claude Debussy, Maurice Ravel, Frédéric Chopin, entre outros. Por volta dos dez anos tinha uma gaita de boca a qual nomeou de “sonhadora”, tocava acordeon e também violão. Um marco de sua vida foi ouvir o acorde dissonante de João Donato, que ensaiava junto do grupo Os namorados, no bairro Laranjeiras (RJ), perto de onde o Falcão morava. Das influências nordestinas, destaca Luiz Gonzaga. Formado em direito, conta como conciliou a advocacia com a música. Outro marco lembrado pelo artista foi sua composição, a música “Vem cá menina”, gravada pelo grupo Os Cariocas, em 1966. Fred Falcão se considera um artista autodidata, e enfatiza que sempre acreditou em seu trabalho e buscou convencer outros artistas de sua qualidade, mostrando a eles suas canções.
PARTE 2/5
Fred Falcão relembra do amigo Paulinho Tapajós, com quem estabeleceu uma parceria na composição de músicas gravadas por diversos intérpretes como Clara Nunes, Wilson Simonal, Beth Carvalho, Golden Boys, entre outros. “Frevo da saudade” foi a primeira composição da dupla, que ficou classificado em 7º lugar no Primeiro Festival da Canção, cantada por Claudette Soares, em 1968. Nessa segunda parte, Fred Falcão enfatiza que foi na advocacia que conseguiu garantir a tranquilidade de sua velhice sendo advogado aposentado da prefeitura, e pontua que apesar de nunca ter abandonado a música, sabia que a carreira musical poderia ser passageira. Outro grande parceiro foi Nonato Buzar, que o levou para a Rede Globo para fazer as trilhas sonoras de novelas, por trabalhar na Som Livre. Uma dessas músicas foi “Shirley Sexy”, composta em parceria com Arnoldo Medeiros e cantada por Marília Pêra na novela “O Cafona”, exibida pela Rede Globo em 1971. Outras de suas composições fizeram parte das trilhas de novelas da emissora, nas tramas “Bandeira 2”, “O homem que deve morrer”, “Minha doce namorada”, haviam composições de Fred Falcão. O cantor conta, nessa segunda parte, sobre a importância que era ter suas músicas em novelas, uma vez que os personagens eram vendidos pelas músicas, e pelo fato de as músicas possuírem um papel central no sucesso do personagem e do folhetim. Outro grande sucesso lembrado foi a música “Nosso caminho”, gravado por Maysa, em “Irmãos Coragem”.
PARTE 3/5
Na terceira parte Fred Falcão conta detalhes sobre sua história e parceria com Wilson Simonal, que no auge de sua carreira escolheu uma de suas canções para abrir seu disco. Comenta, também, sobre a “turma da pilantragem”, na década de 1960, que reunia grandes artistas, sobre a composição do Hino da Pilantragem e sobre “Namorada”, feita com Arnoldo Medeiro para o casal Antônio Marcos e Vanusa, que marcou sua trajetória por ser sua música mais tocada.
PARTE 4/5
PARTE 5/5
Na quinta e última parte, Fred Falcão fala sobre as parcerias com Carlos Colla, Ed Wilson, da Jovem Guarda, e sobre seu processo de criação e composição na quarentena decorrente do isolamento social demandado pela pandemia dos últimos anos, na qual compôs diversas músicas. Termina a entrevista comentando sobre a importância da televisão na carreira artística, pela visibilidade que ela possibilita, e que gostaria de ser lembrado na música popular brasileira como um compositor que inovou e que conseguiu ter uma assinatura própria. Em toda entrevista, Fred Falcão demonstra ser ele um entusiasta de sua trajetória artística, e o prazer que sente contando suas criações, cantando capelas de muitas de suas letras durante toda a conversa.