JANE MORAES
Jane Vicentine do Espírito Santo (Tatuí, 12 de fevereiro de 1943)
Em cinco décadas de carreira, a cantora paulista, nascida em Tatuí, Jane Moraes, transitou dos circuitos mais sofisticados da música brasileira aos espaços da música de consumo popular. Cedo, formou com os irmãos o grupo vocal Os Três Morais, gravando clássicos da MPB, cantando em festivais da canção e integrando o elenco dos tempos áureos da TV Record. Na década de 1970, viveu uma virada em sua trajetória artística, formando dupla com o marido, o também cantor Herondy, popularizada pela canção Não se vá, versionada pela própria Jane. A memória de momentos tão distintos e igualmente fascinantes é o substrato da honesta e cativante entrevista da artista para A música de.
Escute Jane Moraes
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Sambachiana: canção de Ely Alcoverde que integrava o trio vocal Os Três Morais. Ouça no Spotify.
- Com açúcar, com afeto: na voz de Jane Moraes, o clássico de Chico Buarque integra o LP de 1967 do compositor, lançado pela RGE. Ouça no Spotify.
- Por muitas razões te quero: uma das músicas de sucesso popular nacional da dupla Jane e Herondy, composta por Palito Ortega com versão de Walter José. Ouça no Spotify.
A ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA JANE MORAES
PARTE 1/4
Jane Moraes inicia a primeira parte de sua entrevista lembrando que nasceu em uma família muito musical e relatando a influência de seu irmão Sidney na sua trajetória artística. Rememora os grupos vocais que ouvia e o interesse maior na música brasileira surgido após ouvir Chega de Saudade na voz de João Gilberto, que conheceu graças ao irmão. Jane destaca que, desde então, a bossa nova foi sua grande referência. Segue narrando o percurso de sua carreira e desenvolvimento musical: aos 16 anos, começou a cantar em banda de baile; conheceu a música americana e se encantou pelas grandes divas e por Chet Baker; foi amiga de Johnny Alf; fez apresentações ao lado de Ely Arcoverde no Juão Sebastião bar; participou do início da bossa nova em São Paulo. Encerra a primeira parte da entrevista falando sobre a formação do trio vocal Os Três Morais ao lado dos irmãos Sidney e Roberto e da visita do trio à casa de Vinicius de Moraes.
PARTE 2/4
Na segunda parte da entrevista a A música de, Jane Moraes rememora os primeiros shows de Os Três Morais e as participações do trio em programas de televisão, até a contratação para que fizessem parte do cast da TV Record. A artista lembra ainda Elis Regina e os momentos em que tiveram proximidade; as apresentações n’O Fino da Bossa; a participação ao lado dos irmãos no disco de Chico Buarque; sua participação nesse mesmo disco gravando como solista a faixa Com Açúcar com Afeto; a participação do trio no cast do programa Pra ver a banda passar, que era apresentado por Chico Buarque e Nara Leão. Finalizando esta parte, Jane Moraes relembra a escolha do repertório dos discos do trio e a relação conflituosa com as gravadoras.
PARTE 3/4
Na terceira parte de sua entrevista, Jane Moraes fala sobre a participação de Os Três Morais em algumas edições do Festival Internacional da Canção. Fala sobre seu trabalho cantando jingles e sobre o convite para cantar junto com Herondy, com quem já estava casada. No restante do vídeo, a cantora fala sobre a dupla Jane e Herondy, o contrato com a gravadora RCA Victor, as versões, a gravação de compositores nacionais, os shows de êxito popular e a possibilidade de conhecer o Brasil por meio das turnês.
PARTE 4/4
Na quarta e última parte da entrevista a A música de, Jane Moraes fala sobre o mercado musical, sobre a diferença entre cantar MPB e canções mais populares, sobre o investimento feito na dupla Jane e Herondy e a subsequente dificuldade de ser aceita como intérprete de gêneros e estilos considerados mais sofisticados. A cantora discorre ainda sobre a importância da televisão em sua carreira, sobre os novos projetos e encerra seu depoimento respondendo à questão que permeia todas as entrevistas do projeto: “Como gostaria de ser lembrada na história da música brasileira?”.