ELIANA PITTMAN
Eliana Leite da Silva (Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1945)
Os mais jovens podem conhecê-la como atriz: nos últimos 15 anos, ela fez novelas, séries e musicais no teatro que levaram sua imagem e voz para novas (e amplas) plateias. Seus antigos ouvintes e admiradores sabem que se trata de uma artista completa, versátil e impactante. Filha de Ophelia e enteada de Booker — lendário saxofonista americano que a introduziu à carreira artística –, Eliana Pittman é uma das cantoras e performers mais singulares da música feita no Brasil. Cantou e gravou jazz, samba, carimbó, bossa nova e outros gêneros mais. Realizou grandes espetáculos no Brasil e no exterior, estendendo a magnitude de sua performance às telas de tevê brasileiras, americanas, francesas e italianas. Em 2019, depois de quase duas décadas sem gravar, entrou em estúdio e registrou em disco, no álbum Ontem, hoje e sempre, canções de alguns dos mais comunicativos compositores de seu país. Em sua eloquente entrevista, ela rememora alguns dos caminhos pelos quais construiu A música de Eliana Pittman.
Escute Eliana Pittman
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Onde estará o meu amor: composição das mais conhecidas por Chico César, revisitada por Eliana em seu disco Ontem, hoje e sempre, que marcou sua volta ao estúdio mais de 18 anos depois do álbum anterior. Ouça no Spotify.
- Nós e o mar: clássico da bossa nova, de autoria de Roberto Menescal, incluída em um dos discos de Eliana e Booker Pittman. Ouça no Spotify.
- Dança do carimbó, Bala de rifle, Tia Luzia Tio José: poutpourri de carimbós de autoria de compositores como Pinduca, projetado nacionalmente por Eliana. Ouça no Spotify.
A ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA ELIANA PITTMAN
PARTE 1/2
As influências musicais de Eliana Pittman são exploradas no início desta entrevista – como Booker Pittman, Lena Horne, Ella Fitzgerald e Billie Holiday. Eliana fala da formação dos gostos musicais, através de seu avô – principalmente com música sertaneja, como Tonico e Tinoco – e de sua mãe – com idas a shows de Dalva de Oliveira e Josephine Baker. Trata da aproximação com apresentações musicais através de seu padrasto, Booker Pittman, relatando sua influência tanto em sua musicalidade quanto na vida pessoal, e o início das apresentações com Booker, em shows e na TV. Fala do convite para cantar na Rádio Nacional, com César de Alencar; da turnê com Booker na Argentina, em 1961; da aproximação com o judaísmo; dos convites para diversos lugares do mundo, como Alemanha e França. Eliana conta sobre o contato com Jack Parr, apresentador da emissora NBC, dos Estados Unidos, após show na casa de Jorginho Guinle. Relata seu convívio musical com Booker, de 1960 a 1966, interrompido após problemas de saúde do músico, que levaram a seu falecimento em 1969. Fala sobre a procura frustrada por um novo parceiro de show, que desembocou na gravação de álbum solo, em 1967, ao vivo.
PARTE 2/2
A segunda parte da entrevista inicia com o relato de Eliana Pittman sobre seu trabalho com diversos compositores. Conta que apresentou programa na TV Jornal do Comércio de Recife, aos domingos, concomitante a shows que fazia pelo território brasileiro, no final dos anos 1960 e início de 1970. Conta sobre o encontro com Geraldo Azevedo e sobre os processos de gravação de compactos e LPs de sua carreira, como Esse Mar é Meu, de 1971, sendo um de seus maiores sucessos comerciais. Fala sobre a gravação de sambas-enredo, da aproximação do carimbó e das canções de Pinduca, sobre suas participações na TV e cinema, com atuação no filme The Sanspit Generals, em 1971. Eliana discorre sobre sua relação com a indústria fonográfica e produção de shows, e a construção de seus repertórios ao longo da carreira, e sobre a importância de sua mãe, Ophelia Pittman, na formação musical e na trajetória artística. Ao final, comenta sobre a atual situação da música brasileira, seus novos projetos, e responde como gostaria de ser lembrada na história da música brasileira.