EDY STAR
Edivaldo Souza (Juazeiro, 10 de janeiro de 1938)
Indefinível. Talvez essa seja a palavra que mais se aproxima de Edy Star. Uma descrição única não é suficiente para abranger suas múltiplas atuações no campo artístico. Seja como cantor, artista plástico ou ator, sua personalidade encontra diversos produtos, mas ele nunca é inserido em uma única caixa. Fez sucesso com apresentações em cabarés na região da Lapa, no Rio de Janeiro, sendo amplamente divulgado por jornalistas como Jaguar, no O Pasquim, em 1973. Mesmo em período marcado por repressão cultural e dos costumes, imposta pelo regime militar, a figura de Edy ganhou força na capital fluminense, sendo capa de jornal e apontado como transgressor. Em 2017, voltou aos estúdios para gravar Cabaré Star, segundo álbum solo de sua carreira como cantor, mais de 40 anos após o lançamento de Sweet Edy, LP de estreia. A distância temporal entre os dois trabalhos não os afasta, sendo aproximados pela estética, performance e força desse artista único.
Escute Edy Star
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Eu fiz pior: canção de Lula Côrtes que abre o CD Cabaret Star, cai como uma luva sobre a história transgressora de Edy Star. Ouça no Spotify.
- Estrada do Colubandê: música de Luiz Vieira interpretada em dueto com Maria Alcina no projeto Luiz Vieira, 90 anos. Ouça no Spotify.
- Você é seu melhor amigo: espécie de mantra composto por Miriam Batucada, uma das integrantes, junto com Edy Star, da Sociedade da Grã-Ordem Kavernista. Ouça no Spotify.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA EDY STAR
PARTE 1/5
As influências musicais de Edy são exploradas nessa primeira parte. A construção de seu repertório musical, influenciado por artistas como Emilinha Borba, Francisco Alves e Vicente Celestino. A relação da família com a música, calcada na Rádio Nacional e Mayrick Veiga, com importância destacada na sua experiência. Seus primeiros passos na vida artística, com participações em diversos programas em rádios de Salvador, interrompido brevemente com sua entrada na Petrobrás. Após um ano, abandona o emprego, se apresenta com circos pela Bahia, e volta para Salvador. Na capital, inicia seus contatos com diversos artistas, como Gilberto Gil e Glauber Rocha, a partir de seu trabalho na Galeria Bazarte. Por fim, a entrada na televisão, como produtor e depois apresentador.
PARTE 2/5
Trabalho na TV Itapoã, em Salvador, como produtor e apresentador de programas. Responsável por lançar artistas à televisão, como Antônio Carlos e Jocafi, Maria Creuza e Novos Baianos. Foi convidado para trabalhar na CBS, no início dos anos 1970, se mudando para o Rio de Janeiro e iniciando os trabalhos com Raul Seixas. Na gravadora, conheceu diversos artistas, como Odair José, Roberto Carlos e Sérgio Sampaio. A amizade com o último resultou na gravação do LP Sociedade da Grã-ordem Karvenista apresenta sessão das 10, em conjunto com Raul, Sérgio e Miriam Batucada.
PARTE 3/5
Após saída da CBS, Edy inicia shows em boates e cabarés na noite do Rio de Janeiro. É nesse período que nasce seu nome artístico, Edy Star, ao mesmo tempo que seus espetáculos ganhavam fama cada vez mais elevada. Na Number One, alcança notoriedade com shows transgressores, lotando a boate nas madrugadas da Lapa. Em uma das noites, na plateia estava João Araújo, diretor da Som Livre, que o convidou para gravar LP. Surge Sweet Edy, próximo do glam rock e de nomes como Secos e Molhados, com duas músicas compostas por Edy, e composição de grandes artistas, como Jorge Mautner, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
PARTE 4/5
PARTE 5/5
No fim dos anos 1970, Edy rumou para a Europa, com destino para Madri, na Espanha. Planejando ficar somente um mês, volta definitivamente para o Brasil somente em 2012. Antes disso, em 2008, faz parte da Virada Cultural de São Paulo, com show em homenagem à Raul Seixas e a Sociedade da Grã-Ordem Kavernista, e participa por 7 edições. Em 2017, gravou seu segundo trabalho solo, Cabaré Star, nos mesmos moldes de Sweet Edy, com composições e participações de diversos artistas, como Zeca Baleiro, Caetano Veloso, Ney Matogrosso e Filipe Catto. Ao fim, os projetos para o futuro são colocados, assim como as preferências atuais de música por Edy Star.