SUZANA SALLES
Suzana Salles (São Paulo)
Suzana Salles nasceu em São Paulo, sendo de “uma família tradicional paulistana”. A cantora cursou jornalismo na Escola de Comunicação e Artes da USP. Na década de 1980 foi integrante da banda Sabor de Veneno e fez parte da gravação do disco “Clara Crocodilo” de Arrigo Barnabé. Foi também integrante da banda Isca de Polícia. Em 1994 lançou seu primeiro disco solo que foi batizado com seu nome. Nos anos seguintes, fez discos como “Concerto Cabaré” (1996), “As Sílabas” (2001), “Caipira” (2004) e “Jogos da Noite” (2017). Tem entre seus parceiros de composição Chico César, Na Ozzetti e Itamar Assumpção. Além disso, foi a organizadora da Semana da Canção Brasileira em São Luiz do Paraitinga. Em sua entrevista para A música de: História pública da música do Brasil, a artista conta sobre sua trajetória na música dentre outros projetos.
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As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Havana Lied (Canção de Havana): assinada por de Bertold Brecht, Kurt Weill e Vrs. Cláudio Cavalcanti e lançada no álbum Concerto Cabaré.
- As Sílabas: esta música, composição de Luiz Tatit, deu título ao disco da cantora lançado em 2001.
- Xangô: parceria de Suzana Salles com Chico César, foi gravada também no disco As Sílabas.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA SUZANA SALLES
PARTE 1/4
Nesta primeira parte de sua entrevista, Suzana explica um pouco sobre sua família, a qual define como “cantante e alegre”, e explica um pouco das influências culturais que recebeu, principalmente quanto à música caipira e erudita. Sua infância foi marcada pela escuta de discos, predominantemente música clássica, e sua adolescência pelas ondas do rádio, tendo sido muito marcada pelos Beatles que lhe entusiasmaram a ser cantora. Menciona outros artistas de que gostava, como Tom Jobim e Caetano Veloso, sendo que entre as vozes femininas ela elenca suas próprias contemporâneas como as que mais lhe influenciaram diretamente. Das sete filhas, apenas Suzana se dedicou totalmente ao campo das artes, e relembra alguns fatos de sua infância, como suas apresentações de balé no Theatro Municipal de São Paulo. Ela narra um pouco de sua relação com a Inglaterra e seu encanto pela cultura, que a impulsionou a se mudar para Londres após “concluir o ginásio”. Na reta final desta primeira parte, Suzana comenta quais eram suas perspectivas com o Jornalismo e sua mudança para o campo musical, se descobrindo como cantora, além de sua participação no Coral da ECA (USP).
PARTE 2/4
Na segunda parte de sua entrevista, Suzana comenta sua relação com outros nomes da música, como Vânia Bastos, Neuza Pinheiro e Hermelino Neder. Comentando sobre o contexto familiar no período da ditadura, ela enaltece que seus pais eram contra o regime militar e existia uma divisão dentro da família a respeito deste assunto. Contudo, Suzana deixa claro que sua alma de artista a impede de ter “estômago” para uma vivência política de partidos e discursos, preferindo usar o palco para se “fazer clara”. Ela narra como foi sua participação no I Festival Universitário de MPB (TV Cultura, 1979), que em sua perspectiva foi um marco na música popular, mas que sua autopercepção de ser uma cantora veio só quando estava morando na Alemanha. Em seu retorno ao Brasil, Suzana montou uma banda, A Fábrica de Viagem, com a qual fez vários shows. Seu primeiro show solo foi cantando “Brecht e o piano no Madame Satã”. Finaliza essa segunda parte de sua entrevista comentando sobre a música popular e sua participação em bandas, principalmente a Sabor de Veneno, além de mencionar outros momentos de sua carreira como, por exemplo, quando dividiu o palco com Dominguinhos.
PARTE 3/4
Já na terceira parte, Suzana Salles comenta sua relação com Itamar Assumpção, fazendo um gancho com o processo de gravação de seu primeiro CD, lançado em 1994, revelando que a demora em realizar um trabalho solo é por se considerar uma “cantora de palco”. Em sua perspectiva, os discos se tornaram um documento para o artista. Em seguida, Suzana narra a gravação de “Concerto Cabaré” (1996) e “As Sílabas” (2001). A depoente descreve sua experiência com o maracatu rural em Recife e Olinda, o qual inspirou um evento na capital paulista baseado no carnaval de São Luiz do Paraitinga (SP). Posteriormente, ela organizou na pequena cidade a Semana da Canção Brasileira. Suzana explica os motivos para o fim deste evento que movimentava São Luiz do Paraitinga.
PARTE 4/4
A última parte da entrevista inicia com Suzana explicando sua relação com a música caipira e sua parceria com Lenine Santos e o violeiro Ivan Vilela nos discos “Caipira” (2004) e “Mais Caipira” (2010). Em seguida, comenta de maneira inusitada os convites que recebeu para gravar músicas infantis. Em seguida, menciona sobre seu disco mais recente, “Jogos da Noite” (2017), realizado em parceria com Pepê Mata Machado, Sérgio Reze e Filipe Massumi. A cantora narra o retorno da Isca de Polícia e o impacto do público que não conhecia ainda o trabalho da banda. Ao mencionar artistas da nova geração, a entrevistada cita uma pesquisa acadêmica a respeito de sua contribuição na história da música. Suzana relembra a Vanguarda Paulista e considera se tratar de uma música mais “densa”. A artista expõe que dentre seus planos está um livro sobre a música popular e as marchinhas tradicionais. Suzana finaliza o depoimento afirmando que deseja ser lembrada como uma artista paulistana.
