NETINHO
Netinho é nome artístico de Luiz Franco Thomaz, músico brasileiro conhecido por sua atuação nas bandas “Os Incríveis” e “Casa das Máquinas”. Se destacou como compositor e baterista, tendo sido um dos grandes nomes do rock brasileiro nos anos 1960 e 1970. “Os Incríveis” foi uma banda que surgiu no início da década de 1960 e foi um dos grupos pioneiros do rock no Brasil. Com Netinho à frente, a banda conquistou grande popularidade, especialmente com o hit “O Milionário”, que se tornou um dos maiores sucessos do movimento da Jovem Guarda. A banda ajudou a moldar o cenário do rock brasileiro, sendo influente tanto no Brasil quanto no exterior. Após a dissolução de “Os Incríveis”, Netinho se aventurou em novos projetos, sendo um dos fundadores do “Casa das Máquinas”, uma banda que ficou marcada pelo rock progressivo e mais experimental, com uma sonoridade diferenciada da que ele apresentava em sua primeira banda. Nessa entrevista concedida ao “A Música de”, o artista conta detalhes sobre sua trajetória na cena musical, revelando curiosidades dos bastidores dessa caminhada com muito humor.
Escute Netinho
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Um dos maiores sucessos da banda, O Milionário (The Millionaire) de Mike Maxfield, foi um clássico da do grupo, a canção foi gravada em 1965 e até hoje é uma das mais pedidas nos shows.
- Casa de Rock, um dos maiores sucessos do Casa das Máquinas, gravada em 1976 no terceiro LP do grupo, é uma das músicas mais conhecidas da banda, caracterizada pelo rock progressivo e experimental.
- Cantar e Amar é uma composição de Willie e Netinho, gravada no disco AMOR & CARIDADE de 1980, lançado pela RCA Victor.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história

"A MÚSICA DE" ENTREVISTA NETINHO
PARTE 1/4
Na primeira parte, Netinho compartilha memórias da infância. Apesar de ter nascido em Santos (SP), foi na cidade de Itariri (SP) que cresceu, estudou, tocou na fanfarra e no sino da igreja. Com doze anos foi para o seminário, estudar para ser padre, e lá, internado durante dois anos, tocou caixa na banda. Já na adolescência, tocou na Orquestra Tropical de Itariri, uma orquestra de ritmos latinos, onde tocava bateria em bailes diversos em cidades da região. A mudança para a capital paulista foi necessária por conta de problemas familiares decorrentes de um namoro proibido. Em São Paulo, a amizade com Irupê Teixeira Rodrigues, saxofonista e trompetista do grupo instrumental de rock The Jordans, na década de 1960, foi bastante significativa. Foi ele que mostrou a Netinho a cena musical, e foi nessa época que o artista começa a integrar o grupo The Clevers, alcançando sucesso muito rápido. Sua primeira bateria foi conquistada com muito esforço: “eu trabalhava no Senac, e pagava a bateria por mês”. Com a banda, participou de programas de televisão e realizou gravações, como o disco O encontro com The Clevers, disco gravado em 1963, pela Continental, Os Incríveis The Clevers volumes I (1964) e II (1965), e Dançando com The Clevers “Incríveis” vol III (1965). Nessa parte, Netinho conta também sobre a mudança do nome da banda e o papel que Rita Pavone teve no andamento do grupo, especialmente na época em que se apresentavam na televisão. Netinho, foi um apelido que veio porque seu avô emprestou dinheiro para que ele desse entrada na bateria. A primeira parte termina com o artista contando sobre o envolvimento com Rita Pavone e a turnê do grupo na Itália, a qual realizaram com patrocínio, inclusive, da Continental.
PARTE 2/4
Nessa parte, as memórias dão espaço para a experiência vivida na Itália: “Eu virei ídolo na Itália de um dia para o outro, rodeado de muita gente”. Pelo que podemos perceber de seu depoimento, as relações com as mulheres sempre geraram escândalos e conteúdos nas mídias, e na Itália não foi diferente. O envolvimento com Mary di Pietro, do qual o artista tem uma foto de seu acervo pessoal, foi o estopim para que o contrato no país fosse encerrado, causando repercussão por ter sido publicada na revista mais famosa da Europa, na época: “Era para termos ficados três anos e não ficamos lá três meses e mandaram a gente embora. Mas foi legal. O cara rasgou o contrato na minha cara, eu vim sozinho e os caras da banda bravos comigo”. Nessa parte, Netinho compartilha outras experiências como na Argentina, onde também passaram uma temporada após já terem retornado para o Brasil, assim como suas lembranças sobre a participação no movimento da Jovem Guarda, considerada por ele como um grande movimento artístico e musical. Por fim, Netinho comenta sobre as apresentações realizadas no Programa O Fino da Bossa, um importante espaço musical da época.
PARTE 3/4
Na terceira parte da entrevista Netinho lembra das brigas e das confusões que o grupo arrumava entre eles e nos lugares que frequentavam. Alguma confusão sempre acontecia, o que rendia histórias e risadas! Também comenta sobre a troca de gravadora. Nessa parte, Netinho também fala sobre a gravação da emblemática canção “Eu te amo meu Brasil”, que fez com que fossem vendidas mais de um milhão de cópias do disco. Uma música que viralizou, não apenas porque foi gravada em clima de copa do mundo, mas porque começou a ser utilizada por políticos na época. Além das memórias profissionais, Netinho também fala sobre a dimensão familiar, ao comentar sobre a esposa e sobre como se conheceram em um navio. Por fim, explica o processo de como se deu o desfecho da antiga composição do grupo e como começou “Os Novos Incríveis”.
PARTE 4/4
A última parte da entrevista é dedicada às memórias sobre o Casa das Máquinas, quando Netinho conta sobre os processos de composição das músicas da banda, sobre a entrada na gravadora Som Livre e sobre as diferentes composições do grupo. Casa das Máquinas foi uma proposta musical que revolucionou muita coisa na cena da música e que quebrou muitas barreiras, fazendo história. Após o desfecho do grupo, é a participação na banda Joelho de Porco que Netinho traz à memória e, principalmente, a fase de sua carreira solo. Nos anos 1980, além de tocar, Netinho começou a cantar e envolveu, a família. Que começou a fazer parte nos shows e nas apresentações que realizou. “O palco me transforma, mesmo com essa voz rouca, eu vou lá”. A entrevista termina com o artista comentando sobre alguns projetos que gostaria de desenvolver.