MAURO SENISE
É possível um jovem migrar seus ouvidos do rock para a música instrumental? Mauro Senise nos mostra que esse trânsito é possível e gratificante. O jovem de vinte e poucos anos, recém ingresso em jornalismo na PUC do Rio de Janeiro, encontrou no jazz e no choro sua porta de entrada no mundo do instrumental. Com seu saxofone, gravou e dividiu palco com grandes artistas, como Milton Nascimento e Hermeto Pascoal, além de fazer parte do Grupo Um e do conjunto Cama de Gato. Alguns detalhes da trajetória instrumentalista de Mauro Senise estão nesta entrevista para A Música De.
Escute Mauro Senise
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Vera Cruz, de Milton Nascimento e Márcio Borges, presente no disco homônimo em parceria com Gilson Peranzzetta.
- Reflexões Sobre a Crise do Desejo, que fecha o segundo álbum do Grupo Um, de 1981.
- Valsa Brasileira, composição de Edu Lobo e Chico Buarque, faixa do disco “Dos Navegantes”, lançado pela Biscoito Fino em 2017 e premiado como melhor disco de MPB no Grammy Latino.
A ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história

"A MÚSICA DE" ENTREVISTA MAURO SENISE
PARTE 1/2
Na primeira parte de sua entrevista, Mauro Senise é categórico ao afirmar suas influências juvenis: bandas de rock. Se definia como hippie naquela época, desfilando pelo Rio de Janeiro com seus cabelos compridos. Sua mãe, tradutora, e seu pai, médico, ouviam Frank Sinatra na sala de casa – para desespero do jovem Senise, interessado no último disco dos Beatles. O artista recorda sua introdução ao jazz, por intermédio de Tenório Junior e Victor Assis Brasil, seus vizinhos em um prédio no bairro das Laranjeiras. Por lá, se interessou em aulas de música, começando pela flauta e, depois, partindo para o saxofone. Em menos de um ano, deixou os discos de rock de lado para ouvir mais Bach, Mozart e Pixinguinha. Senise também relembra de seus trabalhos ao lado de Hermeto Pascoal, com shows e gravações de discos, assim como no convite para tocar junto a Egberto Gismonti e a gravação do disco “Milagre dos Peixes”, de Milton. Por fim, traz impressões sobre a vida de músico nos anos 1970, e sua via junto ao Grupo Um e Cama de Gato, que lhe renderam diversas gravações.
PARTE 2/2
Na última parte de sua entrevista, Mauro Senise discorre sobre algumas de suas gravações, como seu primeiro disco solo, lançado em 1988 pela Visom – com participações de Hermeto Pascoal e Luiz Eça. Nesse caminho, discorre sobre a parceira de décadas com Gilson Peranzzetta, iniciada a partir de um projeto de reunião de duplas que nunca tinham tocado juntos. O encontro foi profícuo e gerou o álbum “Uma Parte de Nós”, de 1990 pela Visom. A partir dali Senise discorre sobre os outros nove álbuns criados nessa amizade e parceria. Também recorda da gravação de “Dos Navegantes” (Biscoito Fino, 2017), com Edu Lobo e Romero Lubambo, vencedor da categoria de melhor disco de Música Popular Brasileira no Grammy Latino; e “A Música de Tom e Vinícius”, com Wanda Sá e Gilson Peranzzetta. O artista discorre sobre suas escolhas de repertório e seu processo de composição – apesar de se considerar um intérprete, e não compositor. Por fim, nos apresenta seus próximos projetos, além de destacar como gostaria de ser lembrado na história da música brasileira.