LUCINA
Coragem é a palavra que perpassa grande parte da vida e carreira de Lucina, artista ímpar na história da música brasileira. Nascida em Cuiabá, mudou-se criança para Belém, onde se encantou com a voz de Ângela Maria. Na adolescência e morando no Rio de Janeiro, conheceu a música de João Gilberto e aprendeu violão. Com o Grupo Manifesto, fincou bases na música em tenra idade. Entre idas e vindas, se encontra com Luli e Luiz Fernando, seus grandes parceiros de música e vida. Entre viagens de kombi pelo Brasil, e sabendo que é uma “partícula de uma nave em movimento”, a vida de Lucina é destaque em A Música De.
Escute Lucina
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Cheiro de Rosa é a segunda faixa do LP LULI & LUCINHA, lançado pela dupla de forma independente no ano de 1979.
- Enfim é uma parceria de Lucina com Zélia Duncan, que faz parte do Disco A Música em Mim de 2006.
- Em 2023 Lucina lançou o disco Nave em Movimento: A Música Artesanal de Luli e Lucina como destaque do disco indicamos a canção É Tudo Um, uma composição da de Luli e Lucina.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história

"A MÚSICA DE" ENTREVISTA LUCINA
PARTE 1/4
A primeira parte da entrevista de Lucina para A Música De discorre sobre suas influências e formação musical, suas primeiras experiências na profissão e um encontro arrebatador com Luli, sua grande parceira musical. Nascida em Cuiabá, mudou-se para Belém cedo, mas logo depois rumou ao Rio de Janeiro para viver sua adolescência e início da vida adulta. Em Belém, ouvia pelos alto-falantes do Teatro da Paz a voz de Ângela Maria e Sérgio Murilo, que a encantaram desde cedo. Já no Rio, conheceu o jazz, rock e João Gilberto, sua maior inspiração para começar a tocar violão. Na escola, apesar da timidez, foi encontrando pessoas que tinham a mesma paixão pela música. Logo, se reuniu com Fernando Leporace, Mariozinho Rocha, Guto Graça Mello e Gracinha Leporace para formar o Grupo Manifesto, que lançou dois discos pela Phillips, em 1967 e 1968. Lucina recorda do encontro com Guttemberg Guarabyra e a participação no Festival da Canção, que também serviu para acabar com o grupo de jovens. A artista recorda sua proximidade com a Tropicália durante a passagem por São Paulo como contratada pela Phillips, os motivos que a levaram voltar ao Rio de Janeiro e o encontro fulminante com Luli.
PARTE 2/4
A vida a três é tema da segunda parte da entrevista. Lucina recorda da relação com os artistas e como foi a mudança para um sítio próximo a Mangaratiba, no estado do Rio de Janeiro. Livres, a relação entre os três não era muito bem entendida pela mãe de Lucina, que só arrefeceu seu coração quando ela engravidou. Com seus dois braços, resolveu abraçar duas pessoas ao invés de uma, profissionalmente e pessoalmente. Dessa parceria, surgiu um compacto pela Som Livre, em 1972, a partir da canção “Flor Lilás”, apresentada no Festival da Canção daquele ano. Com inúmeros problemas, Lucina lembra que o episódio serviu para serem independentes. Com a ajuda de Antônio Adolfo, gravaram o LP Luli & Lucinha, de 1979, a partir de suas composições e com diversas participações. A artista recorda das vendas dos discos e da kombi que serviu como casa para rodarem o Brasil realizando shows e promovendo seu trabalho.
PARTE 3/4
Os caminhos de Lucina na música e suas gravações são tema na terceira parte da entrevista, que começa relembrando o processo de criação de gravação de Yorimatã/Amor de Mulher, lançado a partir do contato com a gravadora Som da Gente, em 1982. Agora em São Paulo, Lucina e Luli se aproximam de Tetê Espíndola, Nilson Chaves e Almir Sater, que participam do disco. Também ficam muito próximas de Itamar Assumpção, Vânia Bastos, Alzira, Suzana Salles e Luiz Tatit. Lucina relembra dos últimos anos de vida de Luiz Fernando, e da gravação de “Êta Nóis” (1984) e “Timbres, Temperos” (1986), além da volta para o sítio no Rio de Janeiro. Com o falecimento de Luiz, em 1989, Lucina e Luli voltam a fazer shows, até gravarem “Porque sim, Porque Não”, em 1992, e “Elis & Elas”, em 1995. Na década de 1990 a dupla se desfaz e Lucina segue carreira solo. Assim, a artista recorda de seus discos na nova fase como artista solo, novas parcerias e caminhos no mundo musical.
PARTE 4/4
A “Nave em Movimento” é tema que inicia a quarta e última parte da entrevista de Lucina. O disco, lançado independente em 2023, traz as músicas de Luci e Lucina, como uma grande homenagem à sua dupla e a Luiz Fernando, autor da foto da capa. A artista fala sobre seu vasto acervo de composições, e da vontade em ver suas criações ganharem asas e impactar o público. Também discorre sobre o documentário “Yorimatã”, de 2014, dirigido por Rafael Saar, que remonta uma parte da história de Lucina, Luli e Luiz Fernando. Também coloca alguns pontos sobre a renovação do público, e das dificuldades que artistas independentes passam diariamente. Por fim, traz como gostaria de ser lembrada na história da música brasileira e como a vê atualmente, além de falar sobre seus novos projetos.