JOELMA GIRO
Capixaba, Joelma Giro nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES) em 19 de setembro de 1945, mas ainda bebê se mudou com a família para o Rio de Janeiro, estabelecendo-se no município de Duque de Caxias. Desde pequena já demonstrava seu talento para as artes, e apesar de ter se formado professora, foi para a carreira musical que desde a adolescência Joelma se inclinou. Nessa entrevista concedida ao A Música De, a cantora compartilha sua história na música, os bastidores de seu trajeto artístico e as escolhas que precisam ser feitas em alguns momentos, especialmente quando se é artista e mãe.
Escute Joelma Giro
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Não Diga Nada uma versão de Paulo Queiroz da música Italiana Non Dirmi Niente escrita por Burt Bacharach; Hal David e Mogol, Foi gravada por Joelma em 1965 em um Compacto Simples Lançado pela Chanecler.
- A canção Pombinha Branca foi sucesso de vendas e execuções do ano de 1976. A composição de Murano e Silvia Boarato foi gravada pela cantora inicialmente em um compacto duplo lançado pela Continental.
- No ano de 1983 a cantora lança um compacto simples que de um lado tinha a música Feliz de Gonzaguinha e do outro Olhos Azuis, uma versão feita por Sebastião Ferreira da Silva do sucesso da canção do filme Flashdance.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história

"A MÚSICA DE" ENTREVISTA JOELMA GIRO
PARTE 1/5
Joelma Giro conta na primeira parte da entrevista, que aos seis anos, já gostava de cantar e vivia cantarolando para as amigas da mãe, que era costureira e sempre estava rodeada de visitas que incentivavam a menina a cantar. Aos nove anos de idade ganhou um concurso em uma rádio na cidade de Duque de Caxias. Foi escolhida como a melhor cantora mirim diversas vezes. Foi na Rádio Nacional, ainda na adolescência, que começou a cantar em programas e ali se destacou. Também participou de programas de televisão, sendo avaliada com notas máximas pelos jurados, e passou a conviver com artistas profissionais desde muito nova, viajando para se apresentar em teatros em diferentes cidades. A primeira gravação foi na gravadora Chantecler. A família muitas vezes tinha receio pelos riscos no início da carreira por conta da idade, mas isso não freou sua vontade de prosseguir, e onde ia, em suas palavras, sempre ganhava um fã clube. Muitos detalhes do início da carreira são revelados nessa primeira parte, com curiosidades dos primeiros trabalhos e alguns dos artistas que fizeram parte do começo de sua trajetória musical.
PARTE 2/5
Na segunda parte da entrevista, Joelma conta sobre o contrato firmado com a gravadora Chantecler e comenta brevemente seus discos: “eu fiquei na Chantecler a minha vida toda, nunca saí da Chantecler. A Chantecler é que foi vendida para a Continental, e eu fui junto. A Continental e a Chantecler foram vendidas para a Warner e eu fui junto, nunca abandonei as minhas origens”. Fala, também, sobre a situação do mercado fonográfico no início de sua carreira e sobre o papel que a canção Não Diga Nada teve em sua história de sucesso. A mudança do Rio de Janeiro para São Paulo também é pauta dessa parte, momento em que aliou o ambiente cultural e artístico e a possibilidade de ganhar mais dinheiro, no movimento de consolidar sua carreira, ainda muito nova. Lá começou a participar dos programas de auditório, de calouros, teatros e outros espaços. Embalando a entrevista com trechos cantados, a artista brinda o ouvinte com alguns bastidores de competições e concursos que participou, comentando sobre as notas que recebia dos jurados e como se apresentava. Suas falas nos permitem conhecer uma jovem que foi pragmática no que queria: Joelma queria ser boa e não se contentava com pouco. Ela se testava no objetivo de compreender seu próprio potencial e com o intuito de desafiar a si mesma: “quando fui cantar Ary Barroso, eu queria saber, queria fazer um balanço de mim mesma, e saber até onde eu posso, até onde eu consigo e até onde eu tenho coragem de ir. Nota dez nas quatro coisas, que eu fui e encarei o cara, e ele falou, não te dou nota máxima, mas ele daria, e isso já foi o suficiente para mim. E dali para frente, portas se abriram”. O que mais impressiona são os detalhes que compõem a memória de Joelma sua narrativa detalhada nos ajuda e entender a história de parte da música brasileira.
PARTE 3/5
Nessa parte da entrevista, Joelma conta sobre sua participação na Jovem Guarda, um programa de todas as idades, e o mais importante da música jovem no Brasil, em suas palavras. Conta também sobre as paqueras que aconteceram nessa época, especialmente com Ronald Antonucci, mas explica que seu foco era cantar. Nessa parte, também comenta sobre a importância de gravar, fala sobre seus discos e sobre a escolha de seu repertório: “só gravava o que me arrepiava”, “músicas que iam estourar”. Joelma demonstra nessa parte especialmente, a confiança que ela mesmo depositou em sua carreira: “Em todas as versões que eu gravei, eu fiz sucesso. Não dava para os originais tocarem, porque eles não tinham a força que eu tinha no mercado. Quando chegava comigo, já chegava chegando, acabou”. E era justamente isso que sempre buscava, ser singular e diferenciada. O sucesso era algo constantemente almejado.
PARTE 4/5
PARTE 5/5
Na quinta e última parte da entrevista, Joelma comenta sobre seu trabalho na SOCINPRO, Sociedade Brasileira de Administração e Proteção de Direitos Intelectuais, sobre seu processo de composição, compartilhando que geralmente escreve a letra e depois espera a melodia chegar. Seus cinquenta anos de carreira são tema dessa parte também, uma comemoração que foi marcada por gravação de músicas escolhidas a dedo pela cantora, inclusive inéditas. Quando questionada como gostaria de ser lembrada, Joelma fala que quer ser lembrada como alguém que lutou pelos direitos dos artistas e defende a categoria. Sua análise sobre a música brasileira atual é a de que novos artistas, alguns do sertanejo universitário, conquistaram seu espaço. Para concluir, Joelma comenta sobre o papel da televisão em sua carreira e ressalta seu papel como mãe e ainda fala sobre seus dotes culinários.