FILÓ MACHADO
Compositor, cantor, produtor, arranjador e multi-instrumentista, José Sérgio Machado, conhecido por seu nome artístico Filó Machado, é um Ribeirão-pretano nascido em 03 de fevereiro de 1951. Sua carreira no campo musical é marcada por parcerias com nomes como Aldir Blanc, Sérgio Ricardo, Djavan e Fátima Guedes, para citar apenas alguns. Nesta entrevista para o A Música De, o artista compartilha parte de sua trajetória musical e de vida, o envolvimento com o futebol, entre outras particularidades. Nela, conhecemos um pouco sobre esse músico que tem nas últimas décadas levado a música brasileira pelo mundo.
Escute Filó Machado
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Quero Pouco Quero Muito, composição de Filó Machado e Judith de Souza, álbum Origens (1983)
- Jazz de Senzala, música que dá título ao álbum lançado pela gravadora Maritaca em 2004
- Carmens E Consuelos, canção do álbum Porto Seguro(2001). parceria de Filó Machado e Aldir Blanc
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA FILÓ MACHADO
PARTE 1/4
A primeira parte da entrevista trata das lembranças de infância e adolescência. Por volta dos 14 anos, Filó já frequentava bailes, e muito cedo tornou-se crooner em cidades como Ribeirão Preto, Marília, São José do Rio Preto e Fernandópolis, sucessos dos Beatles, Chico Buarque, artistas da Jovem Guarda, entre outros. Ainda na juventude, junto com os irmãos, deu aulas de música em um colégio na cidade de Monte Aprazível, formando uma grande orquestra que fez diversas excursões Brasil afora. Suas memórias revelam uma criança curiosa pelo universo musical, e são mobilizadas por encenações e capelas. Mas também revelam o lado esportista, pois Filó também foi jogador de futebol, participando como mascote em times como Palmeiras e Santos, e chegando a, inclusive, participar da gravação do primeiro filme de Pelé.
PARTE 2/4
No início da década de 1970 houve uma mudança para a capital São Paulo. Lá, Filó participou do primeiro disco, com Marília Medalha, tocando violão, no Estúdio da Gazeta. Também formou uma dupla com Rosinha de Valença, e juntos tocavam violão. A vida noturna paulista na época era agitada, e Filó tocava em boates, casas noturnas e bares, muitas vezes substituindo outras artistas e trabalhando com nomes como Alaíde Costa e Zé Luiz Mazziotti. São Paulo era o grande centro da musicalidade e artistas de todos os cantos se encontravam ali. O primeiro disco foi lançado em 1978, pela Chantecler, e muitas músicas autorais vieram no período, em parcerias com Judite de Souza, que na época era sua companheira. Filó também relembra de muitas composições com Léa Freire na Praça Roosevelt, e das parcerias com o conjunto que formou na época, com o qual gravou disco. Já da década de 1980, relembra a participação no Projeto Pixinguinha com os artistas Djavan, Fátima Guedes, e o Jingle, que fez durante longa data. Por fim, também comenta sobre suas músicas em novelas e outras aparições televisivas da Rede Globo, como clipes no Programa Fantástico.
PARTE 3/4
Boa parte da terceira parte da entrevista é composta por lembranças da época em que Filó viveu na França e dos contatos que fez, na virada dos anos 1980 para os anos 1990. Das experiências dessa época, relembra de quando dividiu palco com Nina Simone, por exemplo, das composições em francês, da influência e relação com Rei Charles Robinson, das gravações na França e do carinho que têm pelo país. Nessa parte, Filó ainda comenta sobre o racismo, as parcerias com outros artistas, especialmente com Aldir Blanc, sobre os processos de criação, e fala com carinho do parceiro Michel Legrand e os trabalhos realizados com o artista. Ainda destaca o lançamento, em 1999, do disco “Cantando um Samba”, gravado pela Malandro Records.
PARTE 4/4
Na última parte, Filó nos conta sobre as dificuldades financeiras enfrentadas em casa. Sua mãe é lembrada como uma mulher que ficou viúva muito cedo, e sozinha cuidou e criou os filhos. O artista lembra da indicação ao Grammy na categoria Latin Jazz, em 1999, do disco Cantando um Samba (1999), e da experiência, em 2001, quando se apresentou no Carnegie Hall de New York ao lado de nomes como Gal Costa, Dory Caymmi, Cezar Camargo Mariano, Romero Lubambo, Jane Monheit e Paula Robison, entre outros. Nessa parte, Filó fala também de outros trabalhos, como, por exemplo, os discos Porto Seguro, lançado pela Lua Discos, em 2001, Jazz de Senzala, lançado em 2004, pelo Selo Maritaca e Tom Brasileiro, lançado em 2005 também pela Lua Discos, em que numa parceria com Cibele Codonho, cantam sucessos de Tom Jobim. Por fim, ainda comenta particularidades da vida pessoal e a vida amorosa, e compartilha como enxerga a música brasileira hoje, e como gostaria de ser lembrado. Em suas palavras, se reconhece um grande artista, que é venerado pelas pessoas, e isso lhe dá energia para continuar produzindo e fazendo sua arte de forma simples e honesta.