CID CHAVES
Cid Rodrigues Chaves é um instrumentista, saxofonista, vocalista e compositor brasileiro, que trabalha desde 1964 na banda Renato e Seus Blue Caps. Carioca, nasceu em 12 de julho de 1946, se criou e ainda reside no Bairro Campo Grande, no Rio de Janeiro. Sua banda foi, nos anos 1960, um dos principais grupos de rock do país, e ainda hoje é uma referência do gênero. Nessa entrevista concedida ao A Música De o artista compartilha aspectos e curiosidades de sua trajetória, a participação na Jovem Guarda, os bailes. Comenta sua discografia a fala sobre ás várias formações da banda.
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As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Menina Linda (I Should Have Known Better) versão de Renato Barros da música de John Lennon e Paul McCartney. Foi lançada no disco de 1965 pela CBS e é um dos maiores sucessos da banda Renato e Seus Blue Caps.
- Não Quero Nada da Vida, composição de Cid Chaves lançada no disco do grupo do ano de 1977.
- Mr. Tambourine Man, lançada no disco de 1981 com participação de Zé Ramalho. É uma versão de Leno para a música de Bob Dylan.
O ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história

"A MÚSICA DE" ENTREVISTA CID CHAVES
PARTE 1/4
Nesta primeira parte da entrevista, Cid Chaves conta que sua influência musical não veio do seio familiar, mas que o gosto pela música veio por ouvir os diferentes programas da Rádio Nacional em casa. Nascido e criado no bairro de Campo Grande (RJ), é filho mais novo de uma dona de casa e um funcionário público e foi justamente nesse bairro no qual efervescia cultura nas décadas de 1950 e 1960, que o contato com o campo artístico se deu. Na adolescência, entrou para uma escola de música, que abrigava crianças sem muito poder aquisitivo. Foi por meio dessa escola que surgiu o primeiro conjunto que Cid Chaves participou, o The Silvery Boys, banda que cantava em eventos como casamentos, bailes e em clubes. Nessa parte Cid fala sobre sua entrada na banda Renato e Seus Blue Caps, inicialmente como saxofonista. Foi só depois que começou a cantar, de fato. Foi nessa banda em contrato estabelecido com a CBS, que lançou diversos discos. Assim como muitos artistas da época, Cid Chaves mobilizou suas memórias sobre a participação no movimento da Jovem Guarda: “eu tenho na minha memória essa coisa gostosa de encontros de colegas desse movimento, e do Rio, né?!”. Por fim, Cid fala sobre o lucro com os discos e o que era ganhar ou não a vida por meio da venda dos LP’s em sua geração, que movimentou o mercado da música, e as diferenças com relação ao momento atual.
PARTE 2/4
Nessa segunda parte, o artista conta sobre a interpretação de versões das músicas do Beatles, especialmente Menina Linda, que marcou o sucesso da banda Renato e seus Blue Caps e nunca saiu do repertório do grupo. Cid fala sobre como entende a Jovem Guarda que era inicialmente um programa de televisão e hoje visto por muitos como um movimento musical. A relação da Jovem Guarda com as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo faz parte do relato do artista. O fim do programa também é rememorado por ele na entrevista. Sobre as críticas em relação à Jovem Guarda, o artista fala que houveram, mas que de imediato, ninguém que participava se dava conta, de que estavam vivendo aquele momento e não imaginavam à proporção que aquilo teria.
PARTE 3/4
Na terceira parte, o assunto segue sendo as características da Jovem Guarda e o que ela representa ainda hoje no campo musical brasileiro. Comenta, também, sobre sua atuação como vocalista e a parceria com Renato Barros, bem como uma série de outros nomes que contribuíram com a banda ao longo do tempo, na medida em que iam sendo substituídos os integrantes. A morte do colega Renato Barros, durante a pandemia da covid-19, também faz parte das memórias mobilizadas nessa parte da entrevista, e os impeditivos que aquele contexto impôs para a realização de apresentações e shows.
PARTE 4/4
Na quarta e última parte da entrevista, Cid fala sobre os bailes que realizavam no pós Jovem Guarda, especialmente no subúrbio, zona norte do Rio de Janeiro. A televisão, segundo o artista, teve uma importância grande em sua carreira, por conta da participação em programas de grande público: “A televisão esteve muito presente na vida do Renato e Seus Blue Caps. Tão presente que, mais recentemente, anos depois, eu e Renato tínhamos pânico de televisão”. Ao ser questionado como gostaria de ser lembrado, Cid Chaves dispara: “acho que como um guerreiro, um curtidor. Eu fiz parte de uma geração que ajudou a pavimentar, começou a fazer de forma intensa uma música que atingiu o jovem”.