MARÍLIA MEDALHA
Marília Medalha, é uma cantora e compositora brasileira nascida em Niterói (RJ), em 25 de julho de 1944. Sua carreira é marcada por diferentes acontecimentos importantes que revelam a qualidade de sua arte como, por exemplo, o prêmio de atriz revelação no elenco de Arena Canta Zumbi (1965) e o reconhecimento por ter vencido o III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record em 1967. Nessa entrevista concedida ao A Música De, a artista conta sobre sua trajetória musical e revela documentos de seu acervo pessoal, brindando o ouvinte/leitor com pequenas capelas de músicas interpretadas por ela.
Escute Marília Medalha
As três sugestões imperdíveis de “A música de”
- Pressentimento, interpretada na Bienal do Samba em 1968 (composição de Elton Medeiros e Hermínio Belo de Carvalho).
- Ausência, Música de Marília Medalha e Vinicius de Moraes, presente no álbum “A Canção e A Voz de Marília Medalha Na Poesia de Vinícius de Moraes” (1972).
- Ponteio composição de Edu Lobo e Carlos Capinam que venceu o III Festival da Record em 1967.
A ARTISTA EM UMA IMAGEM
Fotografia é história
"A MÚSICA DE" ENTREVISTA MARÍLIA MEDALHA
PARTE 1/3
Primeira parte da entrevista a artista conta que as influências musicais vieram desde cedo no ambiente familiar. Na infância, por exemplo, teve sua voz gravada pelo pai. A principal referência foi o irmão, Luiz Medalha, pianista envolvido com o universo da música clássica. A juventude foi vivida intensamente no ambiente cultural de Niterói e no Rio de Janeiro, onde frequentava matinês de teatro e cantava em casas musicais. Entre os gêneros musicais que mais gosta estão o jazz, a música clássica e a bossa nova. Conta ainda sobre seu primeiro disco, lançado em 1968, pela gravadora Philips. Nos primeiros passos artísticos, cantou na Globo e trabalhou com nomes como o de Edu Lobo, e conta que foi uma das cantoras do Show Opinião, interpretando músicas latino americanas, grande parte feitas por Paulo Pontes. Nessa parte da entrevista, há um documento de época sobre o texto do Opinião, que compõe o acervo da artista. A gravação feita pelo pai na infância saiu no primeiro disco e também foi colocada no Show Opinião. A artista ainda conta sobre a homenagem e medalha que ganhou na Câmara dos Vereadores por ter tido a coragem de cantar no Show Opinião após o AI-5. A primeira parte da entrevista traz, enfim, bastante detalhes sobre sua participação no Show Opinião e o início da carreira, e termina com a leitura da contracapa do disco Bolhas de Luz, lançado pela Continental, de 1978, escrita pelo Jornalista Arthur Laranjeira, e com comentários sobre sua participação na TV Record.
PARTE 2/3
Segunda parte: Na segunda parte, Marilia Medalha conta sobre seu trabalho no Teatro da Arena, quando integrou o elenco do Arena Conta Zumbi, em 1965, ao lado de atores como Lima Duarte, Gianfrancesco Guarnieri e Dina Sfat, e pelo qual ganhou prêmio de atriz revelação. Fala mais sobre a vida cultural no Rio de Janeiro, sobre sua entrada na Companhia Brasileira de Discos, sobre a interpretação de Ponteio, com Edu Lobo, no Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, em 1967, e afirma não gostar de tropicalismo. Nessa parte, Marília ainda conta sobre composições de diferentes artistas que ela cantou e gravou, como Caetano Veloso, Nelson Cavaquinho, e Vinícius de Moraes, com o qual também trabalhou compondo.
PARTE 3/3
Na terceira parte, a artista fala, entre outras coisas, sobre o disco “Caminhada” (1973) gravado pela RGE, sobre seus processos de composição, e as parceria de composições com a letrista Roberta Faro e com Vinícius de Moraes. Fala, ainda, sobre arranjos feitos por nomes como Dorival Caymmi e Gonzaguinha em discos seus, sua relação com o grupo MPB4, e sobre o trabalho na Niterói Discos, que resultou no disco “Bodas de Vidro” (1992). Ao ser questionada como gostaria de ser lembrada, a artista menciona que colaborou com a verdadeira música popular brasileira e que gostaria que lembrassem dela como alguém que ama esse tipo musical, e que gostaria de ser lembrada não só pela música, mas também por suas participações no teatro. Ao falar sobre sua visão sobre a música popular brasileira hoje, a artista menciona que a seu ver, Chico Buarque é um dos principais compositores. A entrevista termina com Marília falando que suas composições começavam nas ruas, elas vinham à cabeça nas ruas e ganham corpo, forma e melodia quando chegava em casa e pegava o violão para musicalizá-las.